10 álbuns musicais irreverentes para uma viagem de verão

Albúns músicais para uma viagem de verão © lavidaesmara

Queres conhecer álbuns musicais irreverentes para ouvires na tua viagem de verão? No Dia Internacional da Música celebramos vários artistas.

Neste dia 21 de junho, o Dia Internacional da Música, o La Vida es Mara quer partilhar contigo os melhores álbuns musicais para uma viagem de verão, estação que começa precisamente neste dia de solstício. As escolhas musicais não foram feitas por mero acaso, nem sequer seguimos influências de outras publicações. Queremos apenas partilhar contigo, de forma original, os artistas que acreditamos que poderão marcar o teu verão 2020 e certamente melhorarão os teus dias enquanto conheces novos locais.

O Dia Internacional da Música resultou de uma manifestação em França no 21 de junho de 1982 em que vários artistas procuraram celebrar a música nas ruas da cidade de Paris. Desde então, este dia tem sido celebrado pelos quatro cantos do mundo, especialmente em países como a Itália, a Alemanha, o Brasil, a Colômbia, o Chile ou Japão.

O objetivo deste dia é promover a música de forma a que os artistas saiam à rua a tocar, e a organizar concertos gratuitos. Sobe agora à pista de dança da tua casa e ouve alguns dos melhores álbuns musicais para uma viagem de verão.

Queen & Slim The Soundtrack


Melina Matsoukas, a conceituada realizadora por detrás do videoclip “Formation”, de Beyoncé fez a sua estreia no grande ecrã com o drama “Queen & Slim“, uma história de amor à la “Bonnie & Clyde” que faz referência à violência policial sobre os cidadãos afro-americanos. Tendo em conta a experiência musical de Melina Matsoukas não poderia faltar ao filme uma banda sonora intensa que reflete as complexas relações dos artistas negros americanos com o país onde habitam.

A banda sonora de “Queen & Slim”, drama protagonizado pelo nomeado ao Óscar Daniel Kaluuya e pela estreante Jodie Turner-Smith, é um hino ao romance e à cultura afro-americana com jovens artistas do R&B, do soul e do hip-hop como Blood Orange, Syd, Moses Summey, Vince Staples, Tiana Major9, Lil Baby ou Megan Thee Stallion. Como exemplo, destacamos a sequência onde as personagens desligam-se um pouco da violência policial e onde a música transmite a urgência da sua união. Num ano marcado pelo movimento “Blacks Lives Matter”, “Queen & Slim The Soundtrack” é um CD imprescindível para soar durante as tuas viagens de automóvel neste verão.

The Slow Rush, Tame Impala


Tame Impala é uma das bandas confirmadas para o Primavera Sound 2021 que decorrerá, como costume, na cidade do Porto. Desta forma, e para te prepares para o concerto que aí vem, poderás descobrir as melhores canções do grupo australiano no seu novo álbum “The Slow Rush“, lançado 5 anos após a obra-prima “Currents”.

Aqui, apesar de nos transportar para uma mistura de géneros musicais (pop, hip-hop, rock e eletrónica), os Tame Impala exploram novos temas e novos géneros como o R&B, deixando de lado os seus tons mais eletrónicos com que nos habituaram. Destacamos músicas como “Instant Destiny”, “Borderline” ou “On Track”. Este é um álbum musical onde se explora a dimensão do tempo e através do qual o grupo procura que os seus fãs façam uma experiência muito mais imersiva. Um álbum recomendável para quem quer planear uma viagem tranquila e está pronto para a banda sonora das conversas com amigos no calor das noites de verão.

Chromatica, Lady Gaga


Com “Chromatica“, o seu sexto álbum de estúdio, Lady Gaga regressa ao panorama musical que sempre nos habituou: música EDM, rica em extravagâncias, e guardas-roupas bizarros com mensagens poderosas de reflexão pessoal (amor, fé, consumo excessivo de medicamentos, etc.). Depois de dois álbuns onde se destacavam, essencialmente, as influências do jazz e do indie americanos em sons acústicos – nomeadamente com as canções de “A Star is Born” e “Joanne” – “Chromatica” é um álbum irresistível que te colocará a dançar num ano em que precisamos de esquecer as difíceis realidades com que temos sido confrontados. Lady Gaga sabe disso e esta é a sua mensagem para entrarmos no seu mundo, e numa nova era.

Das músicas do novo álbum de Lady Gaga vale a pena destacar “Sine From Above”, em colaboração com o seu grande amigo Sir Elton John. Esta é uma obra sobre os demónios que ambos os artistas atravessaram enquanto jovens. O mais surpreendente, além da fé que a música fala, é o seu final explosivo. Para o verão, vale a pena destacar obviamente o já bem sucedido single “Rain on Me”, em que Gaga apresenta-se num dueto com Ariana Grande, e que está destinado a ser o hit da rádio da temporada quente.

Once Upon a Time a Hollywood, Vários Artistas


“Era Uma Vez em… Hollywood”, de Quentin Tarantino foi um dos êxitos cinematográficos do verão de 2019, assim que para os fãs do filme mais pessoal do cineasta de “Pulp Fiction” temos a banda sonora ideal para o verão. “Once Upon a Time in Hollywood: The Soundtrack” é uma carta de amor à Hollywood dos anos 60 e, curiosamente, foi curada pelo próprio Quentin Tarantino. O cineasta escolheu propositadamente músicas da época e nenhuma delas foi lançada depois de 1969 (exatamente quando as ações do filme se desenrolam).

Na banda sonora encontramos músicas que hoje são clássicos de outros tempos: Paul Revere & The Raiders, Deep Purple, Simon and Garfunkel, Mitch Ryder ou Detroit Wheels. No geral a banda sonora projeta-te às melhores sequências de “Era Uma Vez em… Hollywood“, como por exemplo a sequência na Mansão Playboy, onde Sharon Tate dança num meio de uma multidão de estrelas, ou até na sequência mais ambiciosa e tenebrosa em que ouvimos a música “You Keep Me Hangin’ On” de Vanilla Fudge como pano de fundo.

Fine Line, Harry Styles


O açúcar é o aditivo perfeito para as sobremesas de verão, mas Harry Styles prefere que mantenhas uma alimentação equilibrada, ao saboreares frutas como a melancia. Pelo menos é o que nos mostra no videoclip da canção “Watermelon Sugar”, que está incluída no seu novo álbum de estúdio “Fine Line” e que é também um hino à masturbação e aos rapazes e raparigas que estiveram sozinhos durante a quarentena, resultante da pandemia do Coronavírus. Polémico? Controverso? Nem por isso. Harry Styles trabalha as suas melodias perfeitamente, para quem está à procura de relaxar à sombra do calor insuportável, de forma leve, mas sem esquecer as mensagens inspiradoras por detrás delas.

O rock e pop/rock que estiveram presentes no seu álbum anterior – “Harry Styles”, após separar-se da banda One Direction – são, desta vez, substituídos pelas influências do funk, do soul e até do indie pop, utilizados para mostrar uma outra cara do artista como a solidariedade (na música “Treat People with Kidness”) ou a solidão melancólica (em “To Be So Lonely”). Já a música “Adore You” tem toques de romantismo e reflete esta linha ténue as vivências particularidades de Harry Styles e aquelas que são as vivências universais dos seus fãs.

Rouge, Thomas Azier


Artista maior da vanguarda musical holandesa, não muito longe do som nebuloso de Lana Del Rey, Thomas Azier oferece-nos anualmente músicas que beneficiam de uma escrita profunda, filosófica e transcendental. Este artista é ainda desconhecido em países como Portugal, Espanha ou Brasil, mas tem uma veia de talento achatadíssima no seu país de origem, daí que valha a pena descobri-lo neste verão.

“Talk To Me” é a música mais introspectiva deste álbum designado “Rouge“, com toques eletrónicas leves. Já “Crucify”, oferece-nos um coro sombrio e intenso e “Sandglass” mostra ambientes atmosféricos onde Thomas Azier é apenas acompanhado por efeitos de piano. Mas é “Berlin” o seu single mais dançável, onde Azier relembra a cidade que sempre foi por si considerada como a sua segunda casa. “Rouge” evolui de baladas inebriantes a instrumentos aliciantes para um resultado singularmente poético.

The English Riviera, Metronomy


Porque não é Paris, não é Londres, não é Berlim, não é Tóquio… Será Lisboa? Marselha? Nápoles? Rio de Janeiro? Não saberemos mas “The Bay” é certamente uma daquelas músicas que se ouve e que se sente, na sua plenitude, ao pôr-do-sol numa esplanada à beira-mar de um local quente. Este é um dos singles do álbum “The English Riviera”, o terceiro trabalho de estúdio do grupo britânico nascido em 1999, feito para se ouvir enquanto as ondas do mar tocam os nossos pés e as gaivotas voam sobre nós.

Neste que foi também um dos melhores álbuns musicais do verão (senão mesmo da década de 2010), fala-se sobre o regressar a casa e começar do zero. Foi exatamente isso que os Metronomy fizeram e nos propõem na canção “The Look”. Fugir nem sempre é a solução, podemos voltar a casa e aproveitar para observar coisas novas. Quantos de vocês fazem isso? É também disso que é feita a temporada do verão, de regressarmos a casa e sentirmos o calor de uma amante, ou o calor familiar. O chillwave de “The English Riviera” é, em suma, um conjunto musical dedicado às novas experiências da banda pela música eletrónica, onde são notáveis as influências de IDM e de Krautrock.

Mayra Andrade, Manga


Talvez se estejam a perguntar se nas nossas viagens não ouvimos música em língua portuguesa. Sim, ouvimos e a voz de Mayra Andrade aquela que mais soa nos nossos telemóveis. Por isso, quisemos destacar o seu álbum “Manga”, lançado em 2019, e que acompanhou muitas das nossas caminhadas. Afinal esta é a fruta mais madura que Mayra Andrade, artista cabo-verdiana de 35 anos, tem para nos oferecer, cantando em português e em crioulo.

Entre as canções do álbum, “Afeto” é a música perfeita para quem gosta de sentir a areia a arranhar nos pés. Já “Manga” apresenta um ritmo mais ousado e sensual e “Vapor di Imigrason” é o hino secreto para os emigrantes que regressam a casa e à família. Afinal Mayra é uma artista de múltiplas e facetadas nações: nascida em Cuba, Mayra foi crescendo há medida que ia passando pelo Senegal, por Angola, Cabo Verde, Lisboa ou Paris. Daí que a sua música não possa ser rotulada no género ou numa textualidade única. Esta é uma artista que mistura o pop, ao jazz e ao afro beat, para provar que a musicalidade não é uma arte redundante a uma nação. Mayra Andrade apresenta-nos uma manga tropical, rica em feminilidade e aberta para abraçar o novo mundo.

A Good Time, DaVido


Uma das vozes nigerianas mais proficientes do último ano, David Adedeji Adeleke ou popularmente conhecido de DaVido irá animar a tua festa musical de verão e irá fazer-te dançar junto do teu par preferido, afinal o título do seu álbum em português significa literalmente passar um bom momento.

A Good Time” é uma imersão necessária no pop nigeriano e no estilo de vida desta jovem estrela de 27 anos, que estudou música em Londres. Exuberante e esplêndido, DaVido faz o seu ouvinte perceber a música melodicamente mais subtil, mais suave e convencional dos ritmos africanos, e mesmo assim apropia-se de texturas internacionais como o caso do R&B jamaicano. Entre as músicas do álbum encontramos “Blown My Mind“, com a incrível colaboração de Chris Brown, que fará de DaVido uma estrela mundial.

“Fall”, música perfeita para a kizomba deste verão, é aquela que mais nos cativa pela energia e pureza com que DaVido canta e tenta conquistar a sua amada (basta ver o seu videoclip).

Deixa-te contagiar pela boa energia, pela mais pura das danças, enquanto esta música soa na tua aparelhagem.

Black Panther The Album – Music From and Inspired By, Kendrick Lamar


Terminamos este nosso artigo sobre os melhores álbuns musicais para uma viagem de verão da mesma forma como começamos: com a banda sonora de um filme. Desta vez não se trata propriamente de uma banda sonora, mas sim de um álbum influenciado pelos ritmos africanos e coloridos do filme “Black Panther“, da Marvel Studios. Toda a composição musical serve de droga para quem quer descobrir um pouco mais da cultura africana e tem em Kendrick Lamar o principal curador.

Black Panther – The Album“, surge da cabeça do artista denunciador social e político Kendrick Lamar, que foi também responsável pela canção original do filme “All The Stars“, com a qual obteve uma nomeação para os Óscares da Academia. Nesta rica lista de batidas inesquecíveis, não só encontrarás canções dedicadas ao rei T’Challa – como “Pray For Me” -, mas também ao vilão Killmonger – como a agressiva “King’s Dead”. A luta contra o racismo e a discriminação volta a transfigurar-se numa entidade musical poderosa que, pouco a pouco, nos vai evidenciando Lamar como um dos nomes pertinentes das artes musicais americanas.

O seu hip-hop transparece a demanda do protagonista T’Challa ao longo daquela que foi uma das narrativas mais bem sucedidas de 2019.


📸 Fica atento porque algumas destas canções farão parte das nossas stories do Instagram durante a temporada de verão.


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