Angoulême tornou-se a casa do filme Crónicas de França de Wes Anderson. Conhece esta cidade, o que fazer e o que tem de tão carismático.
Wes Anderson criou uma nova cidade cinematográfica. Na verdade, filme após filme o cineasta nomeado para os Óscares da Academia tem provado a sua obsessão pela arquitetura, pelo design de produção e sets em cada um dos seus projetos, aproveitando espaços reais para consolidar o seu registo mais pictórico. Os seus filmes são uma mistura perfeita das suas marcas e idiossincrasias plásticas em paredes, móveis e telhados, pois para Wes Anderson não há limites para a criação.
O seu mais recente “Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun” não é diferente e através dele o realizador aproveita-se da nostalgia sentida realmente em Angoulême na França para consolidar a sua Ennui-sur-Blasé, a cidade fictícia do século XX que domina toda a trama. Poderás assistir ao trailer de “Crónicas de França” a seguir.
Porquê Angoulême em The French Dispatch?
Apesar de Angoulême em “Crónicas de França” ser subjugada à mise-en-scène de Wes Anderson existe qualquer coisa que se sobressai ao estilo andersoniano. Quisemos perceber um pouco deste fascínio de Anderson pela França (a sua “casa adotiva” como gosta de chamar), e entender quais os principais pontos turísticos de Angoulême.
Já tivemos oportunidade de visitar a França, mas nunca estivemos na cidade de Angoulême, até agora totalmente desconhecida por nós, como também ainda será para quem ainda não viu o filme de Wes Anderson. Infelizmente não é um dos seus filmes mais acessíveis, e alguns se sentirão alienadas pelo seu estilo e afirmarão que é simplesmente uma “cópia da cópia” onde as inúmeras personagens de Anderson preenchem as fragilidades de uma história sem qualquer nexo ou sem qualquer emoção. Para outros, o conciliar do mais fantástico e, se quisermos, do mais visionários devaneios do cineasta.
Seja como for, “Crónicas de França” é um filme especial que te permitirá ter um cheirinho de Angoulême.
Onde foi filmado The French Dispatch?
O novo filme de Wes Anderson “Crónicas de França” foi totalmente rodado na cidade de Angoulême na França, embora em muito do que vemos no ecrã como prédios, cartazes ou outros pormenores, tenham sido originalmente concebidos para a obra.
Só assim, o cineasta norte-americano conseguiu dar vida àquele maravilhoso mundo de luz e cor de Ennui-sur-Blasé. No vídeo anterior poderás perceber como decorreu a rodagem de “Crónicas de França” em Angoulême.
Angoulême é uma pequena cidade no sudoeste da França com menos de 50 mil habitantes e cerca de 21,85 km², localizada na região de Nova-Aquitânia, antiga capital de Angoumois, e construída no alto de uma colina, lembrando uma espécie de vila medieval como Óbidos (Portugal). Nesta cidade encontramos elementos importantes que terão ajudado Wes Anderson a decidir rodar o seu filme.
Referimo-nos à presença impressionante o Museu do Papel “Le Nil” ou do Centro Nacional de Banda Desenhada e da Imagem em Angoulême, com elementos importantes dos comics. Não poderemos deixar de referir que a importância dessa cidade na produção do papel é uma das razões pelas quais é chamada como “Ville d l’Image“.
Anderson esteve seis meses no local e usou 900 moradores locais como figurantes. Para os interiores, a equipe estava baseada numa fábrica nas proximidades de Gond-Pontouvre.
Já a sequência de policiais de choque alinhados aconteceu numa ponte na rue du Sauvage, enquanto que rue de Bélat foi o sítio para a criação do quiosque onde a revista “Crónicas de França” é vendida. Quanto à praça em frente à Catedral de Angoulême foi transformada na fachada do escritório através do uso de andaimes falsos. Já a prisão do filme foi criadas nas proximidades de Ruelle.
Qual é a história de The French Dispatch?
A história de “Crónicas de França” segue um conjunto de jornalistas sediados nesta cidade e que trabalham na revista “The French Dispatch”, filial de um jornal norte-americano, o “Liberty, Kansas Evening Sun”, cujo rosto é o editor Arthur Howitzer Jr. Aquilo que vemos é a construção visual e textual dos artigos que integrarão exatamente uma das suas edições. Temos Howitzer a percorrer os diferentes escritórios dos seus colaboradores para conhecer as quatro histórias que farão parte desta revista, conhecendo os intervenientes, as personagens das mais arrogantes, desesperadas, solitárias, vaidosas, às mais estranhas e humanas.
O primeiro episódio é viagem e intitula-se “O Repórter Ciclista“; no segundo episódio “A Obra-Prima Concreta” seguimos de bem perto um prisioneiro que é também pintor, e a sua musa, uma guarda prisional, enquanto um conjunto de negociantes endoidecidos decidem comprar as suas peças.
Em “Revisões a um Manifesto”, temos uma revolta estudantil com os mesmos toques estranhamente românticos de Jean-Luc Godard e Anna Karina e em “A Sala de Jantar Privada do Comissário de Polícia” temos uma história de conciliação entre pai e filho com uma mão cheia de referências a James Baldwin, aos direitos civis e até à cozinha. Parecem assuntos completamente desconectados uns dos outros, mas que são parte deste boletim e também da identidade de Ennui-sur-Blasé ou será de Angoulême. A confusão está instalada.
Façamos agora uma viagem pelos principais pontos turísticos de Angoulême na França e que, de maneira muito complexa, influenciaram Wes Anderson no processo de criação.
O que fazer em Angoulême na França?
Há muitas coisas que podes fazer em Angoulême na França e certamente a cidade terá um crescimento favorável de amantes de cine-turismo graças à sua presença no filme de Wes Anderson. Neste artigo, sobre os locais a não perder em Angoulême passeamos juntos entre as suas muralhas, seguimos até às águas escurecidas do Rio Carântono (com 381 quilómetros), que banha esta cidade.
De resto, prepara-te para planear a tua viagem e redigir crónicas de viagem durante a tua estadia em Angoulême.
Estás pronto para embarcar neste percurso connosco? Vem conhecer a capital da banda-desenhada Angoulême e os seus principais pontos. São muitas as opções para fazer sozinho, com amigos ou com os teus familiares. Depois desta lista de sugestões iremos ajudar-te a chegar a Angoulême e indicar qual o aeroporto mais próximo.
Museu da Banda Desenhada em Angoulême
O Museu da Banda Desenhada em Angoulême é um espaço de referência para o filme “Crónicas de França” onde existe uma das maiores coleções de revistas de bandas desenhadas do mundo – são mais de 100 mil exemplares numa área de aproximadamente 1.300 m2. É isso que o torna no maior museu da BD da Europa.
A cidade criativa Angoulême oferece-nos justamente uma bandeja de momentos cruciais na consolidação da banda desenhada como uma referência na arte jornalística e que faz parte do filme de Wes Anderson, no episódio “A Sala de Jantar Privada do Comissário de Polícia”. São mais de 150 anos que prometem ficar na tua memória e temos a certeza que viverás uma excelente experiência.
As regras de conservação do Museu da Banda Desenhada de Angoulême são particulares para as obras em formato físico (papel). Na prática, são obrigadas a não apresentar as suas placas originais por mais de três meses consecutivos, depois são colocadas na escuridão dos seus depósitos e conservadas por 3 anos até voltar a ver a luz do dia e as mãos de um leitor. No Museu da Banda Desenhada contam-se algumas exposições temporárias, workshops sobre media, conferências e outros eventos.
O Museu da Banda Desenhada em Angoulême dá-te as boas-vindas nos seguintes horários:
- Terça a sábado, das 10h às 18h;
- Domingo e feriados das 14h00 às 18h00;
- Em julho e agosto, a hora de fecho é feita uma hora mais tarde pelas 19h00.
O preço dos bilhetes para o Museu da Banda Desenhada de Angoulême é de 10€. Se necessitas poupar e não te consegues alargar o orçamento, fica a saber que a BD está por todo o lado em Angoulême. Existe mesmo um circuito turístico composto por cerca de vinte paredes pintadas produzidas pela “Cité de la Création”, sendo uma forma mais curiosa de percorrer a cidade.
Museu do Papel de Angoulême
Referência máxima para o filme “Crónicas de França” o Museu do Papel ou Musée du Papier em francês é um dos locais imprescindíveis nesta viagem. Situado na Rue de Bordeaux, o museu mostra a razão pela qual toda a cidade foi um local privilegiado para a produção do papel no século XIV.
Das águas cristalinas aos terrenos calcários, o papel começou a ser produzido em massa nesta cidade, onde em meados do século XVII já se contavam com 66 fábricas.
O Museu do Papel de Angoulême localiza-se na antiga fábrica de papel para cigarros “Joseph Bardou Le Nil” e que desde 25 de novembro de 1988 recebe imensos visitantes. Os últimos dados referem que já visitaram o museu mais de 18.763 visitantes. O Museu do Papel reune um conjunto de materiais utilizados pelas fábricas, como a tela metálica e filtros. De vez em quando são também expostos trabalhos artísticos relacionados com as artes plásticas contemporâneas, dando ao Museu do Papel de Angoulême um lado moderno e atual.
A entrada no Museu do Papel de Angoulême custa 3€, enquanto que a tarifa reduzida é de 2€ (para jovens entre os 18 e os 25 anos, famílias numerosas, cidadãos locais, pessoas com mais de 62 anos, ou grupos com mais de 8 pessoas).
Sociedade Arqueológica e Histórica de Charente
A Sociedade Arqueológica e Histórica de Charente nasceu em Angoulême em 1844 e surge na lista das mais antigas sociedades científicas da França. Nas suas instalações poderemos contar com exposições de uma série de esculturas e pinturas, assim como mosaicos galo-romanos (doadas por Jean George).
A Sociedade Arqueológica e Histórica de Charente conta inclusive com uma biblioteca riquíssima com mais de 40 mil obras e outras 5.000 fotografias e postais. Todos estes materiais estão disponíveis para acesso ao público. Podes visitar a biblioteca da SAHC às quartas-feiras, das 14h30 às 17h, ou mediante marcação.
Museu de Angoulême
O Museu de Angoulême foi reaberto ao público em 2008, embora a sua inauguração tivesse acontecido em 1920. Está localizado no antigo bispado de Angoulême, de estilo gótico e ali estão organizadas algumas obras de Ringuet François, pintor amador da cidade que sempre sonhou expor as suas obras. Talvez tenha sido essa parte da referência de Wes Anderson para a personagem Moses Rosenthaler a quem dá vida Benicio del Toro.
O Museu de Angoulême está mesmo ao lado da Catedral de São Pedro onde estão reunidas coleções de diferentes cantos do mundo como África e Oceânia. Existe mesmo um tesouro no interior deste espaço, o Casque d’Agris, capacete gaulês e oferta aos deuses celtas, encontrada numa caverna perto de Angoulême em 1981. O museu também possui uma coleção de pinturas, esculturas, cerâmicas e armas de Charente do século XVI ao início do século XX.
O Museu encontra-se aberto nos seguintes horários:
- De terça a domingo das 10h às 12h30;
- Das 13h45 às 18h.
Oferece tarifas reduzidas e visitas guiadas completamente gratuitas e permite percorrer um pouco das histórias dos vários continentes dentro de quatro paredes.
Catedral de Angoulême
A Catedral de Angoulême de estilo arquitetónico românico parece saída de um episódio de Guerra dos Tronos, embora desta vez tenha sido utilizada por Wes Anderson para o seu “The French Dispatch“. Trata-se de um edifício bastante importante, retirando o nome à sua cidade e erguido em 1128 em plena Idade Média. Na fachada tem mais de 70 esculturas esculpidas à mão e referentes ao Dia do Apocalipse e a Ascensão de Jesus Cristo e o seu interior está recheado de mil e uma histórias bíblicas por contar.
A Catedral de Angoulême, ou também designada de Catedral de São Pedro de Angoulême é tão antiga como o tempo e é um dos mais importantes edifícios de arte românica da Europa. A Catedral de Angoulême está aberta das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 18:00, todos os dias da semana.
Igreja de Notre-Dame d’Obézine em Angoulême
Um pontos altos do filme “Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun” é quando vemos a Igreja de Notre-Dama d’Obézine de Angoulême dominar todo o ecrã e isso acontece essencialmente no primeiro episódio “O Repórter Ciclista” contado por Owen Wilson e ao estilo do cinema de Jacques Tati ou de Vittorio De Sica. Mesmo assim, não passa despercebida aos restantes capítulos desta trama – na imagem acima vemos uma rua, com a Igreja ao longe, a ser preparada para a rodagem de uma das cenas desta longa-metragem.
Projetada pelos arquitetos Raymond Barbaud e Édouard Bauhain, que encontraram inspiração na Sainte-Chapelle de Paris, a Igreja Notre-Dame d’Obézine em Angoulême demorou 65 anos até estar concluída – entre 1895 a 1960. A nave da igreja encontra-se dividida em cinco tramos e ficou concluída em 1899, enquanto que a construção da cripta decorreu até 1914 e o coro surgiu apenas em 1929.
Quanto à sua famosa torre, foi a última a ser concluída em 1960, e pode ser contemplada de qualquer lugar da cidade. Não te esqueças de fazer uma fotografia a esta igreja de estilo neo-gótico e que para o qual todos os olhares estão voltados, sejam dos habitantes locais como dos turistas que queiram descobrir a cidade.
Curiosamente Timothée Chalamet na cena que podes observar na imagem acima, parece estar a olhar para a torre. Timothée tens razão esta torre é mesmo surpreendente e digna da nossa atenção!
Hotel de Bardines em Angoulême
O Hotel de Bardines em Angoulême, mandado construir por François-Louis Thomas de Bardines num projeto levado a cabo pelo arquiteto Vallin de la Mothe, terá fascinado Bill Murray. Na verdade, o seu exterior e o seu jardim podem ser vistos em algumas das sequências de “Crónicas de França” e atualmente pertence ao casal Phillippe e Odile, que tem uma curta aparição no filme.
Pelo seu bom estado de conservação, há quem refira o Hotel de Bardines em Angoulême como uma das mansões nobres mais importantes daquela cidade. Curiosamente, uma vez que o seu arquiteto viveu em São Petersburgo poderemos identificar algumas semelhanças com os edifícios da cidade russa.
Durante as Jornadas Europeias do Património que decorrem anualmente em setembro, o proprietário Philippe Fougère organiza visitas guiadas pelo jardim e partilha a história da casa que remonta ao seu trisavô. É uma oportunidade exclusiva para conhecer este local tão marcante da história da cidade de Angoulême.
Câmara Municipal de Angoulême
A Câmara Municipal de Angoulême ou Château d’Angoulême é um autêntico castelo e foi construída no século IX e inicialmente servia para proteger a cidade dos invasores e vikings. Nela viveram os homens mais ricos da história da cidade, numa linhagem que terminou com a morte do rei Carlos X de França, Louis Antoine (1775 – 1844), provavelmente o rei que menos tempo esteve num trono (o seu reinado durou 20 minutos).
Em 1840 passou a fazer parte do domínio municipal e durante cerca de 30 anos foram elaborados trabalhos de modernização, com atenção aos seus elementos. São realmente espectaculares as suas dimensões, e o Château d’Angoulême conta com uma grande escadaria e um salão utilizado para festas, conferências e recepções oficiais do Estado.
Segundo consta, Wes Anderson visitou o Château d’Angoulême e ficou encantado com a magia deste castelo. Aliás, poderemos ver alguns dos seus espaços em “Crónicas de França”.
Presta igualmente atenção à cena de xadrez no episódio protagonizado por Timothée Chalamet e Frances McDormand “Revisões a um Manifesto” e que foi ali rodado.
Muralhas de Angoulême
Depois de uma viagem pelos museus, igrejas e castelos de Angoulême chegou o momento de falarmos sobre as preciosas muralhas desta cidade erguida numa colina. As muralhas de Angoulême foram construídas entre os séculos IX e XIII. Existem partes modernas e outras antigas.
Os blocos destruídos ou demolidos encontram-se em exposição no museu da Sociedade Arqueológica e Histórica de Charente. A maior das surpresas é o facto das Muralhas de Angoulême terem 2.280 metros, por isso não faltarão momentos para tirar uma fotografia.
Em setembro decorre em Angoulême um dos seus principais eventos: o Circuit des Remparts, circuito de corridas de automóveis clássicos de Fórmula 2 que utiliza todo o troço. São muitos os apaixonados por carros clássicos que decidem visitar a cidade e por ali já passaram nomes como André Simon, Juan Manuel Fangio ou Raymond Sommer.
O episódio “A Sala de Jantar Privada do Comissário de Polícia” tem uma perseguição automóvel (com vários modelos clássicos da Citroën, marca francês).
Cruzeiro no Rio Charente
Depois de percorridos alguns locais de Angoulême que serviam de inspiração para “Crónicas de França” é hora de embarcar a bordo de um barco e realizar um cruzeiro no rio Charente.
O cruzeiro fluvial no “La Reine Margot” poderá demorar apenas 1h45, mas se preferires refeição a bordo existem viagens de 2h15min, 2h45min ou 3h15min, que partem sempre de Angoulême. Os preços variam entre os 47€ e os 74€ por pessoa.
Aqui, poderás desfrutar de muito animação a bordo, sobretudo no Dia dos Namorados e nos feriados. Fica atento à página oficial para conheceres a agenda do cruzeiro fluvial La Reine Margot.
Como chegar a Angoulême?
O aeroporto mais perto de Angoulême é o de Bordéus e existem voos diretos desde Lisboa. Se preferires fazer uma viagem pela França recomendamos-te a começar pelas cidades mais pequenas e, se tiveres tempo, depois disso dar o salto a Paris. Na verdade, Paris pode esperar enquanto não terminares de desvendar todas as inspirações de “The French Dispatch”.
Angoulême e Paris estão separadas por 500 quilómetros, enquanto que Bordéus e Angoulême estão a menor distância, separadas por apenas 120 quilómetros.
Para chegares a Angoulême de Bordéus basta apanhar o comboio TGV que parte da Gare de Bordeaux Saint-Jean e que tarda apenas 1 hora a chegar à nova Hollywood francesa.
Enquanto esperas pela chegada a Angoulême recomendamos-te a ouvir a banda-sonora de “Crónicas de França” da autoria de Alexandre Desplat e que te permitirá navegar numa experiência intensa, à procura dos espaços de um filme delirante e cuja projeção passa num sopro.
No elenco de “Crónicas de França” temos Bill Murray, Owen Wilson, Tilda Swinton, Jeffrey Wright, Frances McDormand, Timothée Chalamet, entre outros.