Vens numa viagem a Madrid em 10 filmes? A capital espanhola é uma das nossas cidades preferidas e são muitos os filmes que a inspiram.
Quem visita Madrid aprecia os seus edifícios históricos – como o Palácio de Cibeles ou o Palácio de Cristal do Retiro -, os seus pitorescos museus – o Museu do Prado e o Museu Reina Sofia – ou os seus belos e cuidados jardins – como La Rosaleda de El Retiro ou o Parque Enrique Galván. Mesmo assim, poucos sabem que alguns dos locais da capital espanhola já foram utilizados para rodar alguns dos filmes mais emblemáticos da sétima arte.

As ruas de Madrid, em todo o seu esteticismo, riqueza de cores e até hospitalidade e segurança, já foram utilizadas por cineastas espanhóis e internacionais, entre eles contam-se os conceituados nomes de Stanley Kubrick, David Lean, Alejandro Amenábar, Fernando Trueba, Paul Greengrass, Jim Jarmusch, Edgard Neville, Álex de la Iglesia ou Pedro Almodóvar. Se Álex de la Iglesia ficou conhecido por ter colocado três dos seus personagens nas alturas, mais precisamente no logótipo da Schweppes, do Edifício Capitol, no filme com nuances pós-modernas “O Dia da Besta” (1995) – ver sequência aqui -, Pedro Almodóvar pode ser elencado como expoente máximo deste desafio de mostrar Madrid através do olho do cinematógrafo.
Graças às longas-metragens deste cineasta, proveniente da comunidade autónoma vizinha de Castilla-La Mancha, Madrid é representada como uma cidade de encontro das personagens mais extravagantes, coloridas, invulgares e marginalizadas, na sequência da Movida Espanhola, que se iniciou nos anos 70 – com a queda da Ditadura Franquista -, e se prolongaria até aos finais dos anos 80. Ainda hoje, a Movida continua a ter fortes ressonâncias, resultante das novas lutas sociais e culturais, e da chegada das novas identidades à maior cidade da Península Ibérica.
Mesmo assim, não podemos esquecer aquela que é, porventura, a sequência visualmente mais impactuante do cinema espanhol, precisamente no filme “De Olhos Abertos”, de Amenábar. Nele encontramos a avenida da Gran Vía completamente deserta, onde marca presença apenas o protagonista da trama, Eduardo Noriega. Obviamente, a sequência causa impacto, tendo em conta que esta é uma zona reconhecidissima pelos milhares de pessoas que passam por ela a todos os minutos, durante o dia ou durante a noite.

A Latina, o Retiro, Sol ou Chamartín são alguns dos bairros madrilenos preferidos pelos cineastas, ao concentrarem a rodagem dos seus filmes rodados em Madrid nos espaços mais emblemáticos da cidade: como a Puerta del Sol, a estação da Atocha ou o histórico Cine Doré, famosa sala de exibições da Filmoteca Espanhola. Mesmo assim, espaços periféricos como a Casa de Campo ou outras cidades da comunidade, como Alcalá de Henares, também já foram utilizados como sets de grandes épicos cinematográficos, como aconteceu no agora longínquo ano de 1960, com “Spartacus”, de Stanley Kubrick e protagonizado pelo galã Kirk Douglas.
Enfim, começa agora a viagem a Madrid em 10 filmes, onde acreditamos que estes filmes representam melhor os ideais de uma cidade (e sociedade) moderna e agitada, que é também a segunda maior área metropolitana da União Europeia com 4 610 km2 (Berlim figura na primeira posição).
Fica atento porque, em breve, iremos trazer-te mais filmes gravados em Espanha, como já destacámos com “Tomorrowland“, de Brad Bird ou “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar.
1. Doutor Jivago (David Lean, 1965)

Começamos com uma produção internacional a ter Madrid como pano de fundo. “Doutor Jivago” de David Lean é um filme sobre os anos da Revolução Russa, mas em vez de ter sido realmente filmado em Moscovo, foi Madrid que serviu de espaço para representar a capital russa. Tudo acontece no bairro de Delícias, um dos sete bairros do distrito de Arganzuela em Madrid, onde foram propositadamente construídos mais de 20 000 m2 de cenários para o filme.
Yuri Jivago (interpretado por Omar Sharif) é a personagem que dá título à obra, sendo ele mesmo um médico e poeta. Criado em Moscovo, Yuri casa-se com a aristocrática Tonya (Geraldine Chaplin), mas acaba por ter um romance secreto com Lara (Julie Christie), uma enfermeira que se tornará na maior paixão da sua vida. Lara antes da revolução tinha sido abusada por Victor Komarovsky (Rod Steiger), um político sem escrúpulos. A história de “Doutor Jivago” é narrada em forma de flashback por Yevgraf de Jivago (Alec Guiness), o meio-irmão de Yuri que procura a sua sobrinha, filha de Yuri e Lara. Desta forma, a história vai tecendo uma visão sobre o bem e o mal no ambiente tenso da Revolução Russa.
“Doutor Jivago” foi nomeado a 10 Óscares em 1966 e venceu em 5 categorias, incluindo Melhor Argumento Adaptado, escrito por Robert Bolt e Melhor Banda-Sonora Original, com composição de Maurice Jarre. Embora seja difícil visitar os locais de rodagem do filme, recomendamos-te um passeio por Delícias, onde encontram-se o Planetário de Madrid e o Cine IMAX no Parque Enrique Tierno Galván ou a Biblioteca Regional Joaquín Leguina e o Arquivo Regional de Madrid, anteriormente sede da fábrica de cervejas El Águila.
O que visitar em Madrid: Bairro de Delícias e Parque Enrique Tierno Galván.
2. Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos (Pedro Almodóvar, 1988)

Uma história sobre as possíveis peripécias que se podem experienciar na cidade madrilena, “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” é uma obra essencial na cinematografia de Pedro Almodóvar e uma obra crucial para entender o efeito da cultura da Movida na arte das imagens em movimento. O filme transporta-nos à vida de Pepa Marcos (Carmen Maura, na imagem acima), uma mulher moderna e atriz que está grávida, mas que ninguém sabe, e que procura o seu amante Ivan (Fernando Guillén).
Obcecada em pedir-lhe explicações pela qual a abandonou, Pepa acaba por receber a visita inesperada de Candela (María Barranco), uma amiga que se apaixonou por um terrorista xiita, e que teme ser presa. Mais tarde, chegam ao apartamento Carlos (Antonio Banderas), o filho de Ivan, e a sua namorada Marisa (Rossy de Palma), que procuram um apartamento para alugar. Sem saber, Maria toma um gaspacho cheio de soníferos, que Pepa havia preparado para Ivan. Este mar de confusões do filme que estabeleceu Pedro Almodóvar como um dos melhores da sua geração, irá fazer Pepa descobrir onde está Iván, numa viagem alucinante por Madrid. Desde o apartamento de Pepa, situado no sétimo andar da Calle Montalbán nº 7 é possível contemplar, ao fundo, o arranha-céus do Edifício Telefónica na Gran Vía. Daí recomendamos visitares miradouros ou rooftops, onde poderás sentir o efeito almodovariano em grande plano geral ou panorâmica.
“Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” também dá ênfase as demarcações das relações entre géneros (masculino e feminino, construções sociais), e onde se confrontam personagens femininas e masculinas com o mais profundo das suas intimidades. Desta forma, constitui-se a típica chica almodovariana, em grande parte espelhada na musa almodovariana Carmen Maura e que, hoje pode ser vista em Penélope Cruz.
O que visitar em Madrid: Edifício Telefónica na Gran Vía ou rooftops e miradouros espalhados por Madrid, como o miradouro do Faro de Moncloa.
3. De Olhos Abertos (Alejandro Amenábar, 1997)
“De Olhos Abertos”, de Alejandro Amenábar introduz-se a um “playboy” madrileno (interpretado pelo ator Eduardo Noriega), que acaba por ter um acidente de viação, onde fica com a cara completamente desfigurada. Mesmo assim, apaixona-se por Sofia (Penélope Cruz) e o seu desejo de voltar a ter o aspeto de antes parece-lhe mergulhá-lo numa espiral de sonhos e ambições inalcançáveis.
Esta obra tão intrigante de Alejandro Amenábar, ele próprio nascido em Madrid, apresenta a sequência mais emblemática do cinema espanhol, em que Eduardo Noriega caminha por uma Gran Vía completamente abandonada de pedantes e confronta o espectador com uma situação bastante insólita. Afinal, pela Gran Vía, talvez a avenida mais popular de Madrid senão mesmo de toda a Espanha, caminham diariamente quase 17.000 pessoas! Incrível este feito cinematográfico, não acham? Enfim, só talvez durante a quarentena vivida em Espanha – de forma a conter a expansão da pandemia COVID-19 – terá a Gran Vía ficado igualmente deserta como no filme de Amenábar.
“De Olhos Abertos” acabaria por ter direito a um remake norte-americano, protagonizado por Tom Cruise e com novamente Penélope Cruz no papel da amada.
O que visitar em Madrid: Gran Vía.
4. Ultimato (Paul Greengrass, 2007)
Os enredos de ação também já fizeram parte dos filmes gravados em Madrid, onde encontramos, a título de exemplo “Ultimato”, da série de filmes Jason Bourne. Neste filme, Matt Damon interpreta o famoso agente pela terceira vez. Tendo perdido a memória e a única pessoa que alguma vez amou, Jason Bourne vai tentar desenterrar o passado numa tentativa de regressar ao início e descobrir, realmente, a sua identidade. E Bourne está decidido a lembrar-se de tudo e a não perdoar nada.
Uma das mais importantes sagas de ação dos últimos anos mostra mais da cidade espanhola de Madrid do que muitos espectadores estariam inicialmente à espera: utiliza a estação da Atocha como a porta de entrada de Jason Bourne na cidade, onde este procura mais informações sobre o seu passado e misteriosa identidade. O destino principal do protagonista, após apanhar um típico táxi madrileno – branco com risca vermelha -, encontra-se no nº 334 da fictícia Calle Norte, que é, na realidade, a Calle Virgen de los Peligros, perto da Puerta del Sol.
O Café del Príncipe, na praça Canalejas no centro de Madrid, também foi utilizado no filme “Ultimato”, mas para representar um café em Turim, onde encontram-se duas personagens secundárias à trama. Em “Ultimatos” existem também planos aéreos da cidade, onde surgem, por exemplo, a Plaza de Cibeles ou a Praça de Touros de Las Ventas.
O que visitar em Madrid: Estação de Atocha, Plaza de Cibeles, Praça de Touros de Las Ventas ou o Café del Príncipe na Plaza de Canalejas.
5. Bruxas e Outras Loucas (Álex de la Iglesia, 2013)

“Bruxas e Outras Loucas” é uma comédia de terror bastante surreal e uma das maneiras mais caricatas de representar a cidade de Madrid no cinema. Por exemplo, a sequência que dá início à trama foi filmada na praça da Puerta del Sol, um dos locais mais movimentados de Madrid e que mostra como é quase impossível parar os seus visitantes, num lugar absolutamente central da capital.
A história deste filme segue um grupo de homens desesperados que decidem roubar uma joalharia. Infelizmente, Joseph, o protagonista, tem que levar o seu filho Sérgio de oito anos ao assalto. Antonio, outro dos ladrões, fica sem o carro que usariam para escapar, pois a sua esposa decide utilizá-lo para ir às compras. Quando colocam o plano em ação, enchem um saco com 25.000 anéis de matrimónio e roubam um carro para fugir. Durante a fuga, acabam por entrar numa floresta e caem nas garras de um grupo de mulheres completamente desvairadas, que adoram alimentar-se de carne humana.
“Bruxas e Outras Loucas” é uma comédia de terror bem ao estilo de Álex de la Iglesia, que tem feito crescer a sua reputação no género espanhol. O cineasta revelou, na altura da estreia do filme, que a sequência da Puerta del Sol foi das mais complexas da sua profissão enquanto realizador.
O que visitar em Madrid: Puerta del Sol.
6. Que Dios nos perdone (Rodrigo Sorogoyen, 2016)

Policial marcante da história recente do cinema espanhol, “Que Dios nos Perdone” nunca chegou às salas de cinema portuguesas, mas é um honesto reflexo dos anos mais tensos da última década em Madrid. Isto porque, a trama aproveita-se de situações como o Movimento 15-M ou a visita do Papa Bento XVI no âmbito das Jornadas Mundiais da Juventude em 2011 para contar uma história de perseguição, ainda mais dura, devido ao calor que se faz sentir nas ruas da cidade.
O filme tem duas personagens masculinas nos papéis principais – Velarde (Antonio de la Torre) e Alfaro (Roberto Álamo) -, uma dupla de detetives que tenta encontrar um perigoso assassino, enquanto um milhão e meio de peregrinos se acumulam nas ruas de Madrid, ao lado dos ativistas do 15-M, às vésperas da chegada do Papa Bento XVI à capital espanhola. Numa cidade transformada em campo de perseguição, os polícias irão descobrir verdades desagradáveis sobre o mundo que os rodeia.
Como já havia acontecido com outros dos seus projetos, como “Stockholm”, o cineasta madrileno Rodrigo Sorogoyen faz uso das ruas madrilenas para mostrar uma cidade em caos e movimento constantes, desse lufa-lufa quotidiano e bastante familiar aos seus transeuntes. Não poderemos deixar de comentar as fortes semelhanças de “Que Dios nos Perdone” com “Seven – 7 Pecados Mortais” (1995), filme de David Fincher encabeçado por Brad Pitt e Morgan Freeman.
O que visitar em Madrid: Puerta del Sol e Gran Vía.
7. El Bar (Álex de la Iglesia, 2017)

São nove da manhã. Num dia como qualquer outro, um grupo de desconhecidos invulgares toma o pequeno-almoço tranquilamente num café de Madrid. Tudo muda quando um dos clientes sai do local e na rua leva um tiro na cabeça. Com medo de não serem mortos, os nossos protagonistas preferem ficar encurralados nas instalações do café. As tensões entre as personagens começam a crescer, com situações exageradas, e o café acabará por ser o local perfeito para que estes confessem os seus pecados.
Curiosamente, “El Bar” não foi filmado em nenhum café da cidade de Madrid, mas poderia ter sido. Aliás, o realizador encontrou inspiração no bar El Palentino e nos bares espalhados por Malasaña. Esse bar do filme, chamado “El Amparo” foi meticulosamente construído nos estúdios da Atresmedia Cine, onde foram filmados todos os interiores da longa-metragem. As filmagens decorreram ao ar livre e logo pela manhã, junto do Mercado de los Mostenses, em frente à rua Antonio Grilo e na Plaza de los Mostenses, em Malasaña. O respetivo mercado atualmente é uma parafarmácia.
Esta comédia negra é protagonizado por alguns dos rostos mais conhecidos do público espanhol, como Mario Casas, Blanca Suárez, Carmen Machi, Secun de la Rosa, Terele Pávez, Joaquín Climet e Alejandro Awada.
O que visitar em Madrid: Plaza de los Mostenses ou qualquer café de Malasaña. Para os maiores fãs dos bares de Madrid recomendamos o livro “El Bar: historias y misterios de los bares míticos de Madrid“, de Mario Suárez (Editora: Lunwerg), onde são revelados segredos desses espaços quase museológicos da capital espanhola.
8. Dor e Glória (Pedro Almodóvar, 2019)
O espanhol Salvador Mallo (Antonio Banderas) possui uma extensa e aclamada carreira internacional como realizador de cinema. Agora, solitário, doente e a atravessar uma crise de inspiração, faz uma reflexão sobre as escolhas feitas ao longo da sua vida. As suas memórias conduzem-no à infância, numa pequena aldeia espanhola, até aos tempos de juventude e idade adulta, já na cidade de Madrid. Essa viagem fá-lo avaliar a sua relação com os pais, os amigos e amantes; assim como os sentimentos de alegria, tristeza e perda que foram deixando marcas profundas e o transformaram no que é hoje, enquanto homem e cineasta.
Como já tivemos oportunidade de revelar, a cidade de Paterna, na Comunidade Valenciana, foi utilizada para as sequências de infância do protagonista de “Dor e Glória“, mas é em Madrid que temos as sequências da sua vida adulta. Um dos locais da cidade utilizados para a rodagem foi o Cine Doré. A sala de projeções cinematográficas da Filmoteca Espanhola surge na sequência de projeção do filme “Sabor”, a longa-metragem que estaria incluída numa sessão de homenagem à personagem de Banderas, que acaba por não aparecer. Através de uma longa sequência, liderada por Asier Etxeandia, Almodóvar mostra-nos como as memórias da cidade de Madrid são também memórias cinematográficas, neste caso com um duplo sentido de mise-en-abyme, ou seja, cinema dentro do cinema, filme dentro de filme.
O Cine Doré é também um dos locais preferidos para a rodagem de filmes e já apareceu numa das sequências de “Fala com Ela”.
O que visitar em Madrid: Cine Doré.
9. Ventajas de viajar en tren (Aritz Moreno, 2019)
Mais um filme perturbador da cinematografia espanhola, “Ventajas de viajar en tren” é o filme de estreia do realizador Vasco Aritz Moreno que ainda não chegou às salas de cinema portuguesas. O filme surpreende bastante pelo seu argumento e pela sua (des)construção narrativa, pois temos flashbacks dentro de flashbacks, portas que levam a outras pessoas, como uma espécie de boneca russa.
A trama segue Helga Pato (Pilar Castro), uma mulher que decidiu internar o seu marido num hospital psiquiátrico. Num comboio de regresso a casa, um estranho apresenta-se como um psiquiatra que trabalha com pacientes com distúrbios de personalidade e revela à nossa protagonista uma história surreal de um paciente paranóico e perigoso obcecado com lixo. Com todo o seu surrealismo e loucura, “Ventajas de viajar en tren” parece ser um reflexo excessivo sobre os vários passageiros dos comboios em Madrid, que partem das inúmeras estações de metro ou das mais emblemáticas estações de comboio como Atocha ou Príncipe Pio.
O filme foi rodado em Paris, mas é em Madrid que encontra-se a casa esteticamente perfeita para a adaptação cinematográfica de “Ventajas de viajar en tren”. Para a encontrares basta te deslocares até à Calle Martínez Izquierdo, nº 21. Parte das sequências foram filmadas nessa zona, mas outras tiveram que ser reconstruídas com efeitos visuais em pós-produção, uma vez que estavam em obras. Enfim, uma obra perfeita para quem quer sentir o frenetismo de um dos transportes públicos mais utilizados em Madrid.
O que visitar em Madrid: Numa das sequências do filme Aritz Moreno passa bem perto da estação de metro de Ventas, onde à saída é possível ver a mítica Praça de Touros de Las Ventas.
10. La Virgen de Agosto (Jonás Trueba, 2019)
O último filme desta lista de 10 filmes rodados em Madrid, é uma das obras que melhor descreve o ambiente desta cidade durante os meses de verão, e sobretudo durante o mês de agosto. Afinal é nesta época, demasiado quente para sair à rua, que os cidadãos de Madrid deixam as suas casas na grande metrópole, para fugir para os seus pueblos de origem ou para cidades costeiras do sul e este espanholas. Deixados para trás, ficam poucos turistas, alguns corajosos locais e Eva (Itsaso Arana), uma charmosa jovem mulher que pouco sai da cidade. Entre tardes de conversas casuais, encontros passageiros e aventuras noturnas, Eva usa o verão para percorrer a cidade sem pressas, para descansar num sofá o seu corpo cansado do calor e para descobrir que, na vida, poderão ser sempre dadas novas oportunidades.
Esta obra de auto-descoberta foi filmada no centro e periferias de Madrid, mostrando-nos uma protagonista intensa que vive o verão na simplicidade de encontros e desencontros amorosos, e que parece sentir-se ela própria uma desconhecida, com o seu olhar turístico para os locais, que durante várias semanas de calor, se transformam num deserto de gente.
“La Virgem de Agosto” foi filmado no meio das festividades madrilenas de San Cayetano, San Lorenzo e La Paloma em agosto, mas também nos bairros como Lavapiés, Letras e Vistillas, e junto do rio Manzanares, por onde várias pessoas de manga curta e com garrafas de água na mão passam pela cidade no verão.
O que visitar em Madrid: bairros de Lavapiés, Letras, Vistillas ou qualquer zona da cidade de Madrid durante as últimas semanas do mês de julho e o mês de agosto, para sentir-se como Eva, a virgem de agosto do filme realizado por Jonás Trueba.
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