Descobre as fontes de Roma mais icónicas, incluindo a Fontana di Trevi, e explora os segredos das fontes escondidas de Roma. Dicas, história e curiosidades no blog La Vida es Mara.
Já fomos a tantos locais de Itália, percorremos os seus trilhos montanhosos e os seus lagos… Fomos às suas aldeias… Tem vários dias que não publicamos um artigo e decidimos que depois de um intenso verão, havia que matar saudades de um dos nossos lugares preferidos.
Obviamente, quando todos pensam em Itália, pensam em Roma. Não há como negar, é uma das capitais mais bonitas do mundo, onde a beleza criada pelo homem se combina com a infinita beleza da natureza. Para além do enigmático Coliseu, existem várias fontes em Roma, que são marcos históricos, onde o elemento água leva as más energias e traz novas.
Neste guia, vamos percorrer algumas das fontes de Roma mais famosas e também aquelas mais discretas, que merecem ser descobertas.
Fontana di Trevi

A Fontana di Trevi é, sem dúvida, a fonte mais famosa de Roma e uma das mais conhecidas em todo o mundo. Concluída em 1762, foi projetada por Nicola Salvi e terminada por Giuseppe Pannini. É um exemplo sublime do estilo barroco, representando a abundância das águas com o Deus Neptuno ao centro, ladeado por tritões e cavalos marinhos.
Para além da sua imponência arquitetónica, a Fontana di Trevi tornou-se um símbolo cultural graças ao cinema. O momento icónico de Anita Ekberg no filme La Dolce Vita de Federico Fellini fez deste fonte um cenário imortalizado na sétima arte. Obviamente pelo seu fluxo de turistas existem algumas regras que vale a pena tomar conhecimento.
Porque é proibido tocar na Fontana di Trevi?
Apesar da vontade irresistível de muitos visitantes, é proibido tocar ou entrar na água da Fontana di Trevi. Trata-se de um monumento protegido, cuja preservação depende do respeito dos turistas. Qualquer contacto com a água pode danificar o mármore ou alterar o delicado equilíbrio da fonte. Uma vez que o faças é impossível não ser ‘apanhado’ pelas autoridades que te poderão lançar um aviso ou simplesmente passar uma multa. Se quiseres evitar estes problemas, o melhor é seguires os nossos conselhos e jamais tocar na água.
Quanto custa a multa na Fontana di Trevi?
As autoridades romanas são rigorosas: quem tocar, entrar ou se banhar na Fontana di Trevi pode enfrentar multas que variam entre os 160 e 500 euros, embora o valor possa ser ainda mais elevado. Na verdade, a multa depende da infração cometida, mas a verdade é que, além do custo monetário, o ato é visto como uma falta de respeito a um dos símbolos mais amados da cidade.
Qual a melhor hora para fotografar a Fontana di Trevi?

Felizmente, ainda é permitido tirar fotografias na Fontana di Trevi, por muito que isso seja desafiante. A fonte está quase sempre rodeada de turistas, o que dificulta captar a sua beleza sem multidões. Segundo a nossa experiência a melhor hora para fotografar a Fontana di Trevi dependerá da estação do ano.
Nós visitámos Roma durante a primavera, numa semana ligeiramente fresca. Portanto, foi fácil chegar à Fontana di Trevi às 6h30 da manhã e não ver praticamente ninguém. Além disso, o melhor dia foi uma segunda-feira de manhã, quando muitas pessoas se estão a preparar para trabalhar e a maioria dos habitantes de Roma nem por ali passa. Se quiseres, podes visitá-la mais cedo, pelas 4h ou 5h da manhã, mas nessas horas a luz ainda não é a melhor para uma fotografia. Tudo depende daquilo que queres guardar no teu álbum de fotografias.
Fontes da Piazza Navona

A Piazza Navona, construída sobre o antigo Estádio de Domiciano, é uma das praças mais conhecidas de Roma e alberga três fontes magníficas:
- Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios): criada por Gian Lorenzo Bernini em 1651, representa quatro grandes rios do mundo (Nilo, Ganges, Danúbio e Rio da Prata), cada um simbolizado por uma figura masculina colossal e que poderás ver com atenção nas imagens acima;
- Fontana del Moro (Fonte do Mouro): situada na parte sul da praça, mostra um etíope a lutar com um golfinho, rodeado por quatro tritões;
- Fontana del Nettuno (Fonte de Neptuno): localizada a norte, representa Neptuno em combate com criaturas marinhas, acrescentada apenas no século XIX para equilibrar a praça.
Estas três fontes dão à Piazza Navona um ambiente teatral e grandioso, onde o barroco se mistura com a vida quotidiana dos romanos e dos turistas que por ali passeiam. Uma vez que são menos populares que a Fontana di Trevi tenta visitar a Piazza Navona às 7h da manhã. Prometemos que o resultado é uma fotografia praticamente sem gente, sem necessidades de recorrer ao Photoshop para eliminar transeuntes indesejados.
Fontana della Barcaccia
A Fontana della Barcaccia, na base da escadaria da Piazza di Spagna, é uma das fontes de Roma mais curiosas. Foi construída em 1627 por Pietro Bernini e pelo seu filho Gian Lorenzo Bernini. A fonte tem a forma de um barco meio afundado, daí o seu nome “barcaccia” (barca velha). Segundo a lenda, a inspiração veio de uma inundação do Rio Tibre que deixou um barco encalhado exatamente naquele local. A fonte é alimentada pela Acqua Vergine, o mesmo aqueduto que abastece a Fontana di Trevi, garantindo água límpida e fresca até hoje.
Fontana dell’Acqua Paola

Menos conhecida mas imponente, a Fontana dell’Acqua Paola ergue-se no Gianicolo. Foi mandada construir pelo Papa Paulo V em 1612 para celebrar a reativação do aqueduto de Trajano. É muitas vezes chamada de “Il Fontanone” (a grande fonte), pelo seu tamanho monumental.
A estrutura é composta por cinco arcos e mármores retirados do Fórum de Nerva, o que lhe confere ainda maior valor histórico. A vista a partir do Gianicolo torna esta fonte um ponto de paragem obrigatório, combinando arte barroca com uma panorâmica inesquecível sobre Roma.
Fontana delle Tartarughe

A Fontana delle Tartarughe, localizada na Piazza Mattei, é uma das mais elegantes e delicadas da cidade. Foi desenhada por Giacomo della Porta no final do século XVI, com esculturas de Taddeo Landini. O detalhe mais encantador está nas pequenas tartarugas de bronze adicionadas no século XVII, atribuídas a Gian Lorenzo Bernini. Esta fonte representa a leveza e a harmonia da arte renascentista, num espaço mais intimista, longe da grandiosidade das outras.
Fontes menos conhecidas de Roma
Roma é cheia de fontes de Roma escondidas, cada uma com a sua história e encanto, que muitas vezes passam despercebidas aos turistas. Estas pequenas obras de arte permitem descobrir um lado mais íntimo da cidade, longe das multidões da Fontana di Trevi ou da Piazza Navona.
Fontana delle Naiadi
Localizada na Piazza della Repubblica, a Fontana delle Naiadi foi inaugurada em 1901 e é a última grande fonte construída em Roma. Representa quatro figuras femininas, as náiades, cada uma simbolizando um tipo de água: lagos, rios, mares e fontes subterrâneas. Originalmente, a fonte era mais simples, mas foi depois enriquecida com esculturas de mármore, incluindo animais e cavalos marinhos.
Fontana del Tritone

A Fontana del Tritone, no centro da Piazza Barberini, foi criada por Gian Lorenzo Bernini em 1643. Mostra o deus Tritão, filho de Neptuno, soprar água através de uma concha, rodeado por golfinhos. Esta fonte é um exemplo perfeito do barroco romano e da capacidade de Bernini de combinar movimento e dinamismo na pedra.
Fontana della Terrina
Escondida no bairro de Trastevere, a Fontana della Terrina é uma pequena fonte renascentista que servia os habitantes locais para abastecer água potável. Apesar de modesta, a sua simplicidade e charme tornam-na uma pausa agradável no meio das ruas estreitas e coloridas de Trastevere.
Fontana del Mascherone
Também em Trastevere, a Fontana del Mascherone destaca-se pela máscara grotesca esculpida, que dá nome à fonte. Criada no século XVI, esta pequena fonte mostra como a criatividade artística se manifesta em detalhes surpreendentes, mesmo fora dos circuitos turísticos principais.
Fontana delle Rane
A Fontana delle Rane, situada na animada Piazza Mincio, no bairro da Città Giardino (Quartiere Coppede) em Roma, é uma das fontes mais curiosas e cénicas da cidade. Construída em 1924, reflete o estilo Art Nouveau italiano — com toques ecléticos e fantasiosos — que caracteriza toda a zona concebida pelo arquiteto Gino Coppedè.
Quando viajar até Roma?
A melhor altura para visitar Roma depende do tipo de experiência que procuras. A primavera (abril a junho) e o início do outono (setembro e outubro) oferecem temperaturas agradáveis, menos calor extremo e multidões relativamente menores, tornando mais fácil explorar as fontes de Roma e outros monumentos sem pressa.
O inverno também pode ser uma boa opção se não te importares com o frio. Acontece que há menos turistas, os preços de alojamento são mais baixos e a cidade mantém o seu encanto. No entanto, algumas fontes de Roma podem ter manutenção durante esta época, pelo que vale a pena verificar junto das páginas oficiais do município.
Se gostas de explorar locais pitorescos e únicos, também vais adorar ver estas fotografias do Lago di Como, um destino italiano que, tal como as fontes de Roma, mistura arte, história e paisagens inesquecíveis.